Além de uma repaginação na unidade da Pituba e a expansão para praças de alimentação dos shoppings, marca amplia cardápio com novas criações
Lá pelos idos dos anos 1980, muito antes da febre da culinária japonesa invadir Salvador, a comida chinesa atraía uma legião de fãs que, aos finais de semana, costumavam formar filas nas portas dos restaurantes em busca do Rolinho Primavera, Frango e Porco Xadrez com Castanha, Arroz Chop Suey, Carne Desfiada com Cebola, ou um prato que misturava tudo isso, o famoso Família Feliz, dentre outros clássicos. Tudo regado a generosas doses de molhos shoyo e agridoce. O segredo do sucesso sempre foi resultado das fartas porções e do preço que, em se tratando de restaurante, sempre coube em vários tamanhos de bolsos.
(Divulgação) Um clássico: frango xadrez e arroz chop suey |
Os tempos mudaram, a cidade se rendeu aos sushis e sashimis que viraram a bola da vez – a ponto de a maioria dos próprios restaurantes chineses incorporá-los aos seus cardápios – mas os tradicionais chineses continuam no páreo ajudando a compor a diversidade gastronômica da capital.
Um deles é o Yan Ping, que nasceu do árduo trabalho de uma família de imigrantes chineses que se estabeleceu em Salvador no final da década de 1960 e que viria abrir as portas, em 1981, na Barra. Dois anos depois, foi a vez do bairro da Pituba receber, com pompa e circunstância, sua segunda unidade instalada num enorme casarão na Avenida Paulo VI, que ganhou um belo projeto arquitetônico de inspiração oriental. O sucesso foi tão grande que, nos finais de semana, a extensa avenida tinha o trânsito travado.
(Divulgação) Carne desfiada com cebolas: um dos carros-chefe do cardápio |
Hoje, as filas de carros já não mais as mesmas, mas a marca, que este ano completa 40 anos, permanece firme celebrando a data com uma repaginação da casa da Pituba assinada pela arquiteta Wu Wan Len, que incorporou novos elementos decorativos e um novo mobiliário para deixar o ambiente mais moderno e aconchegante.
As novidades e sofisticações também se estenderam ao cardápio que ganhou novos pratos das cozinhas orientais como o Camarão Thai, preparado ao creme de morango com queijo, alho poró empanado, batata palha e raspa de limão; o Salmão Shangai, feito ao molho de vinho com uvas roxas; a Tilápia Bangkok, cozida na folha de couve ao molho de manga com azeitonas, servido acompanhado de arroz com brócolis, legumes e manga grelhada; e até uma coxinha batizada de vulcão para o público vegetariano.
(Divulgação) Camarão Thai preparado com creme de morango e queijo |
Passadas quatro décadas, o sabor e o tamanho das porções dos pratos tradicionais continuam os mesmos. Clássicos como o frango e o porco xadrez com castanha, por exemplo, continuam sendo os preferidos da clientela.
Mas outras coisas mudaram nos últimos anos. A matriz na Barra, por exemplo, fechou as portas dando inicio a expansão da marca no modelo fast food para os shoppings da cidade, mas o cartão de visitas, o casarão da Pituba – agora está mais bonito e teve o salão ampliado para 200 m², onde continua operando in loco e com os serviços de delivery e take away.
(Divulgação) Yakissoba misto: carne e camarão |
A enorme variedade de ingredientes e as muitas maneiras de preparação dos pratos fazem da cozinha chinesa uma das mais ricas do mundo. País com uma população gigantesca – estima-se que existam mais de 10 mil pratos espalhados pelas cerca de 20 cozinhas regionais diferentes – a gastronomia chinesa sofreu muitas variações para se adaptar às culturas locais.
(Divulgação) Tilápia na folha de couve |
Mas pelo menos duas coisas são unanimidades em todos os lugares onde se estabeleceu: a harmonia entre os sabores fundamentais, que são o azedo, salgado, amargo e doce; e as diferentes maneiras de cozinhar. No vapor, na grelha, ou na fritura, tudo isso aliado a uso de muitos condimentos e especiarias. Seja lá a forma que for preparada, difícil mesmo é resistir a essa cozinha que definitivamente está entranhada na cultura dos baianos.
(Divulgação) Yan Ping da Pituba foi todo reformado |